Reunião de apoio ao desenvolvimento organizacional da APITIKATXI em Macapá

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Na semana de 11 a 14 de novembro, José Strabeli, consultor do Iepé para atividades de fortalecimento institucional de Associações Indígenas esteve reunido com diretores da APITIKATXI – Associação dos Povos Indígenas Tiriyó, Kaxuyana e Txikuyana, caciques e outras lideranças, além de membros da equipe do Iepé, em Macapá, para iniciar a organização da execução de um projeto liderado pela APITIKATXI, que envolve 4 Terras Indígenas e 7 povos, com suas 5 associações.

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A execução do projeto “Construindo nossos PGTAs: Mobilização e Diagnóstico Socioambiental na TIs Parque do Tumucumaque, Paru d’Este, Trombetas/Mapuera e Nhamundá/Mapuera”, financiado pelo Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas – PDPI, do Ministério do Meio Ambiente, é um desafio para a APITIKATXI que, nos seus 9 anos de existência, executou alguns projetos de forma intermitente; tem uma diretoria relativamente nova, não tem funcionários e tem contado com o apoio da Fundação Moore, por intermédio do Iepé e da ECAM -Equipe de Conservação da Amazônia, para a sua manutenção e para realizar suas atividades quotidianas. Inicialmente a reunião ocorreu apenas entre Iepé e diretores da APITIKATXI, para alinhamento da pauta.

Nos outros três dias juntaram-se ao grupo alguns caciques e lideranças que puderam acompanhar uma leitura detalhada do projeto e uma série de esclarecimentos sobre as exigências do financiador para a execução técnica e financeira do projeto. A contadora da associação participou pontualmente para esclarecer os procedimentos, encargos e benefícios que devem ser pagos para a contratação de um assistente administrativo. Um Termo de Referência foi elaborado coletivamente para receber currículos; uma comissão de seleção foi formada com o Cacique Geral, o presidente da Associação e dois membros da equipe do Iepé. Foi bastante discutida a necessidade de definir bem o perfil profissional e fazer uma boa seleção, não cedendo à tentação de contratar alguém porque é parente ou amigo, para ter um funcionário realmente adequado para desenvolver bem as atividades. Foi feita a divisão de tarefas entre o presidente e o tesoureiro: quem faz a articulação com as organizações parceiras e demais associações indígenas, quem cuida da administração e supervisiona o trabalho do assistente, para que possam também continuar com as outras atividades da associação.

Foram definidos o local, equipamentos e materiais necessários para o trabalho do assistente. Por fim, foi preparada a próxima reunião, que ocorrerá em Santarém de 27 a 29 de novembro de 2013, e contará com a presença também de diretores e lideranças das outras 4 associações indígenas envolvidas com o projeto e organizações parceiras, governamentais e não governamentais, para que o envolvimento delas seja também qualificado e para que a governança seja definida coletivamente. Nesta mesma reunião foi definido qual é o papel da APITIKATXI e qual é o papel dos parceiros e do consultor, José Strabeli, em cujo trabalho se propõe a ajudar a APITIKATXI a se organizar melhor, aprender a fazer as coisas, ganhar autonomia e ser um parceiro mais forte, inclusive para o Iepé.  Conforme José Strabeli destacou em seu blog (http://associacaoeparafazerjuntos.blogspot.com.br/), de onde foi editada essa nota, o presidente da associação Demétrio Tiriyó disse que acha muito importante aprender que devem depender menos dos outros: “Um pai que cuida do filho 10 anos, 20 anos, 30 anos, uma hora fica cansado e não quer cuidar mais. Por isso, precisamos ir levantando, andando devagar e, aos poucos, andar sozinhos”.

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