POVO GALIBI MARWORNO

A adoção desta denominação étnica por uma parcela da população indígena da região do Uaçá é relativamente recente, remontando ao final da década de 1940, quando o Serviço de Proteção aos Índios (SPI) começa a atuar na região, identificando as famílias habitantes das ilhas do alto rio Uaçá como de origem Galibi, e passando a denominá-las assim.

Até então, porém, tais famílias se autodesignavam como ‘gente do Uaçá’, e reconheciam-se como de origem heterogênea, incluindo entre si descendentes de povos Caribe e Aruaque, tais como Galibi, Maruane e Aruã, dentre outros.

Mesmo assim, passaram a assumir o etnônimo Galibi desde a chegada do SPI, e, mais recentemente, no decorrer das décadas de 1980 e 1990, orientados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), passaram a se definir como Galibi Marworno com o intuito de diferenciar-se dos Galibi do Oiapoque, grupo que não identificam como de origem comum.

Na década de 1940, orientados pelo SPI a residirem próximo à escola que estava sendo implantada, os Galibi Marworno passaram a viver concentrados em uma única aldeia, a Kumarumã, na margem esquerda do rio Uaçá. Ali, durante duas décadas, a escola local promoveu o uso exclusivo, por parte das famílias Galibi Marworno, da língua portuguesa, bem como o respeito aos emblemas nacionais, como o Hino Nacional e o hasteamento da bandeira.

Entre o final da década de 1960 até o fim dos anos 1980, a Funai e o CIMI passam a atuar na região, dando ênfase a novas prioridades, tais como a demarcação de terras, a realização de assembleias políticas regionais, bem como dando início a um novo projeto de educação específica e diferenciada, que incluía o incentivo ao reconhecimento da língua kheoul como língua materna.

Apesar de Kumarumã continuar concentrando cerca de 85% da população total do grupo, nas últimas décadas surgiram quatro novas aldeias na rodovia BR-156, no rio Urukauá e no igarapé Juminã. Além da Funai, do CIMI e da MNTB, as agências de assistência que atuam entre os Galibi Marworno são a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Secretaria de Educação do governo do estado do Amapá (SEED).