Oficina Andar no Território: intercâmbios locais para conhecer, valorizar e proteger o seu lugar

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Anciãos, professores e jovens indígenas Palikur, Karipuna e Galibi Marworno das terras indígenas Uaçá, Galibi e Juminã se encontraram entre 19 e 21 de junho de 2015, na aldeia Manga (Oiapoque – AP), para discutir a proposta de organização de “intercâmbios culturais dentro das terras indígenas”, na Oficina  Andar no Território: intercâmbios locais para conhecer, valorizar e proteger o seu lugar. A oficina foi uma iniciativa do Projeto GATI-AP em parceria com o Instituto de Pesquisa e Educação Indígena – Iepé – e  TNC – The Nature Conservancy, no do âmbito da Carta de Acordo GATI-TNC.  

particpantes da oficina

Um dos objetivos principais da oficina foi discutir a proposta de motivar os jovens estudantes das terras indígenas do Oiapoque, frequentando aulas no ensino fundamental regular e no ensino médio modular, a conhecer seu território, possibilitando intercâmbios a lugares e caminhos de importância sociocultural para os povos dessa região. A oficina visou ainda discutir uma metodologia que permita inserir o tema da gestão territorial e ambiental, como tema transversal dos currículos das escolas indígenas, incentivando os professores indígenas a tratar temáticas relacionadas ao território como sala de aula.

grupo professores indigenas

Utilizando a cartografia como ferramenta, os conhecedores mais velhos,  jovens e professores  traçaram suas trajetórias e jeito e viver no território associadas ao “ seu tempo”. As diferenças marcantes na extensão das áreas de circulação entre as gerações, expostas nos mapas, surpreendeu e alimentou a discussão da necessidade das novas gerações  “re”conhecerem o território , cuja geografia é,muitas vezes, definida por mitos e permeadas de referencias históricas, muitas vezes desconhecidas. Este “re”conhecer seria alcançado através de viagens de intercâmbios a certas rotas e lugares importantes que grupos de  jovens das diferentes aldeias fariam ao local, acompanhados dos conhecedores mais velhos. Antes de viajarem aos locais, os jovens, orientados pelos professores indígenas, elaborariam um roteiro de pontos culturalmente importantes do tema do intercâmbio a serem investigados e documentados por eles.

Cristoval explica o mapa de trajetórias dos jovens no território

A partir desta proposta, os grupos  discutiram e priorizaram alguns temas referenciais da cultura associada a lugares para serem temas dos intercâmbios usando o trançado do “Manahé kwak” (peneira de farinha feita de arumã), como símbolo do cruzamento de saberes e das dimensões múltiplas do território nas perspectivas dos três povos e das diferentes gerações.  Um dos temas prioritários para os intercâmbios foram os Lagos das Terras Indígenas que são, também, o tema das propostas feitas pelas  organizações indígenas ao edital ISPN – GATI de maio de 2015.

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