O escopo geral do curso foi fomentar a discussão e difundir conteúdos etnográficos, históricos e contemporâneos sobre os povos indígenas do Brasil, com especial ênfase para a diversidade indígena no Amapá e norte do Pará, trazendo informações sobre os modos de vida, práticas e conhecimentos destes povos, fornecendo assim, subsídios para reflexões sobre práticas pedagógicas que contemplem as temáticas indígenas nos ambientes educacionais.
Os primeiros dias do curso foram dedicados a desconstruir alguns dos estereótipos disseminados sobre os povos indígenas, geralmente associados a uma visão genérica e pretérita desses povos, discutindo alguns conceitos relacionados ao tema, como “cultura”, “identidade”, “diferença” entre outros. A partir disso, por meio de mapas, textos e vídeos, foi debatido a diversidade sociocultural e linguística contemporânea, com destaque para a região, bem como, a questão da demarcação de terras indígenas no país. Nos últimos dias, as atividades foram voltadas para pensar essa temática nas instituições escolares, focada principalmente, na análise e discussão de trechos de materiais didáticos pensando na construção de uma nova relação de ensino e aprendizagem baseada na diferença. No decorrer do curso, também foram propostas atividades em grupo com o objetivo de propiciar a reflexão e sistematização dos conteúdos discutidos durante os encontros.
De acordo com Ana Blaser, da equipe do Iepé, que ministrou o curso “pretendeu-se possibilitar o diálogo para a construção de um pensamento crítico que problematize os conteúdos e formas que os materiais didáticos abordam a questão indígena, discutindo também as razões pelas quais essa temática, historicamente, mantém-se pouco aprofundada nos ambientes educacionais. Ademais, o objetivo foi de debater práticas de ensino que contemplem e valorizem as histórias e culturas indígenas e sua contemporaneidade.”
O curso foi realizado pelo Iepé, com apoio da Embaixada da Noruega e Rainforest Foundation Noruega.