O encontro foi muito bem recebido pelos participantes, que manifestaram grande interesse na continuidade de atividades como essa. O jovem Seti assim expressou-se a esse respeito: “Pela primeira vez, os jovens estão aqui presentes. Tem que ter continuidade esse encontro de jovens. Os jovens querem trocar com os mais velhos, para saber mais no futuro. Qual é a responsabilidade dos jovens? Como vai ser no futuro? É importante continuar a formação dos jovens”.
Os participantes entendem que estão acontecendo mudanças nos modos como os conhecimentos são passados, e que a escola faz parte disso. É preciso continuar aprendendo com seus pais e avós os conhecimentos de seus povos, assim como há a necessidade atual de aprender português e de conhecer seus direitos, para poder lutar por sua garantia.
As mulheres destacaram que os conhecimentos que elas têm são diferentes daqueles que têm os homens, e que quando se é jovem, há mais abertura e tranquilidade para aprender. As mulheres casadas dizem ser por isso que incentivam as mais novas a continuarem aprendendo, mesmo depois do casamento.
Os jovens estão interessados em conhecer mais sobre legislação e sobre sua própria cultura, e também conhecer bem sua terra demarcada, e assim cuidar bem dela. Os caciques apoiam os jovens e também querem que esses encontros continuem, pois é uma oportunidade muito boa para o encontro de pessoas de várias aldeias e de várias gerações.
Esse primeiro encontro de juventude Wayana e Aparai foi promovido em parceria pela APIWA – Associação dos Povos Indígenas Wayana e Aparai e pelo Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, com o intuito de discutir uma estratégia conjunta de trabalho com a juventude nos próximos anos.