Durante o dia 24 de novembro aconteceu no auditório da Fecomércio em Macapá, o “Encontro com Comunicadores do Amapá: Conhecendo as Áreas Protegidas”, realizado no âmbito das atividades do Projeto de Educomunicação do Mosaico da Amazônia Oriental, que tem o apoio do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA). O evento teve como principal objetivo debater sobre a importância das áreas protegidas como indutoras do desenvolvimento regional, dividindo os temas “Conhecendo as Áreas Protegidas e o Mosaico” e “Os desafios da Comunicação sobre Meio Ambiente” em dois painéis. No primeiro painel de debates, participaram a analista ambiental do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Cassandra Oliveira e o cientista ambiental e consultor do Mosaico, Marcos Pinheiro. Ambos discorreram sobre o panorama geral dos Mosaicos atualmente existentes no Brasil, trazendo em específico, informações sobre o mosaico da Amazônia Oriental bem como onde se insere neste contexto, o projeto de Educomunicação. No segundo painel, a radialista, publicitária e jornalista Mara Régia Di Perna, da Empresa Brasil de Comunicação – EBC, falou sobre a rádio e o jornalismo ambiental na Amazônia, dividindo suas vivências ao longo dos 24 anos apresentando o Programa Natureza Viva. Já a Chefe da Divisão de Comunicação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade- ICMBio, Márcia Muchagata, explanou sobre as unidades de conservação na mídia e como o ICMBio tem desenvolvido sua estratégia de comunicação institucional. Fechando o evento, o jornalista da Agência Amazônia Real, Alberto César Araújo, fez ilustrações sobre a fotografia documental e o jornalismo independente na região.
Ainda como parte da programação, nos dias 25 e 26 de novembro foi organizada uma viagem a base do ICMBio na Floresta Nacional do Amapá, localizada na confluência entre os rios Araguari e Falsino, com o objetivo de apresentar aos profissionais da imprensa, comunicadores, universitários, indígenas e agricultores que fazem parte do conselho consultivo do Mosaico, boas práticas de gestão, ampliando o potencial de divulgação de experiências envolvendo comunidades locais no uso sustentável de recursos naturais e conservação ambiental. Durante o dia 25, houve o deslocamento de Macapá para o município de Porto Grande onde as embarcações percorreram 46 quilômetros no rio Araguari até a base da unidade de conservação. No percurso, os participantes visitaram a casa da artesã Dora, moradora do médio Araguari, onde tiveram a oportunidade de conhecer seus artesanatos feitos de cipó titica e arumã, biocosméticos, remos e demais produtos comercializados desde que ela se estabeleceu na região, em parceria com demais mulheres por meio da Associação Bom Sucesso.
Já na base da Floresta Nacional, o gestor Ivan Vasconcelos introduziu e contextualizou os principais projetos conduzidos junto aos moradores locais, dando voz em seguida a Arlete Pantoja, extrativista e membro da Associação Bom Sucesso, responsável por conduzir a oficina de produção de biocosméticos, mostrando todas as etapas de produção até o produto final. Atualmente a Associação, por meio do projeto Floresta Artesanal, produz óleos, mel, velas e sabonetes de andiroba, breu branco, copaíba e fava, pomadas de gergelim preto e andiroba, e tintura de pracaxi. No domingo, dia 26, e último dia da viagem, os participantes puderam conhecer o processo de monitoramento voluntário e de manejo comunitário dos tracajás. O professor da Universidade Federal do Amapá e biólogo Darren Noris explicou alguns impactos das hidrelétricas construídas no Rio Araguari na reprodução destes animais, ressaltando que a ajuda da população local resultou na proteção de 80% dos ninhos monitorados.