Entre 22 e 24 de novembro, 66 mulheres indígenas dos povos Wajãpi, Aparai, Tiriyó, Wayana, Katxuyana, Txikiyana, Karipuna, Palikur, Galibi Marworno, Shanenawa, Wapichana, Sapará, Kaiabi, Baré e Katukina se reuniram no Centro de Formação e Documentação Wajãpi, Terra Indígena Wajãpi, Amapá, no Intercâmbio de Mulheres Indígenas do Amapá, norte do Pará e Amazônia, realizado pela RCA, com apoio do Iepé. Durante os três dias, as participantes apresentaram umas às outras os seus contextos de vida, apontando as principais ameaças e desafios em cada localidade. Apesar de suas especificidades, identificaram muitos problemas e reivindicações comuns, reunidos em um documento no qual manifestam suas preocupações com a conjuntura de retrocessos nos direitos indígenas que se apresenta para 2019, e tornam públicas suas principais demandas:
– Respeito à autonomia e às decisões dos povos indígenas sobre como viver e cuidar dos seus territórios;
– Garantia de políticas e atenção diferenciada aos diversos povos indígenas no Brasil, reconhecendo suas especificidades e as demandas próprias das mulheres;
– Garantia da presença das mulheres indígenas em instâncias de discussão e decisão sobre políticas públicas;
– Incentivo e fortalecimento das mulheres para aumentar a participação dentro das organizações indígenas dos povos e no movimento indígena;
– Fortalecimento das associações de mulheres indígenas;
– Apoio à atuação de ONGs, parceiros importantes para a promoção do bem estar dos povos indígenas;
– Realização de outros encontros de mulheres indígenas para continuar a conversa, a articulação e a luta;
– Realização de oficinas entre as mulheres para fortalecer e revitalizar a medicina tradicional;
– Realização de encontros para falar sobre mudanças na alimentação que afetam a saúde dos povos indígenas;
– Organização de oficinas de conhecimentos tradicionais e de saberes dos diferentes povos;
– Impedir retrocessos no direito às terras indígenas já demarcadas e garantir a demarcação para os povos que ainda não têm sua terra reconhecida;
– NÃO À MINERAÇÃO EM TERRAS INDÍGENAS!
Baixe o documento na íntegra aqui.