10º módulo do curso de formação de Agentes Socioambientais Wajãpi

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O Iepé realizou o décimo módulo do curso de formação de Agentes Socioambientais Wajãpi (ASA) entre os dias 21 de janeiro e 1º de fevereiro de 2019 no Centro de Formação e Documentação Wajãpi (CFDW), na Terra Indígena Wajãpi, com apoio da Porticus. Neste módulo, foram ministradas duas disciplinas – “Práticas e Conhecimentos sobre Agricultura e Alimentação” e “Instrumentos de Gestão e Monitoramento” –, nas quais foram abordados temas relativos às formas de produção de alimentos, segurança alimentar, cartografia social e monitoramento da Terra Indígena Wajãpi.

Durante a disciplina “Práticas e Conhecimentos sobre Agricultura e Alimentação”, ministrada pela antropóloga Dominique Gallois e pelo biólogo Juliano Moraes, comparou-se as práticas agrícolas de grupos indígenas e não-indígenas, observando-se que há diversidade destas práticas tanto entre povos indígenas quanto entre grupos de não-indígenas (agricultores familiares, assentados, extrativistas, latifundiários) a partir de características como a produção em larga ou pequena escala, o uso de agrotóxicos e transgênicos, a diversidade de espécies nas áreas de cultivo e o destino da produção (tipos diversos de comercialização e consumo). Outro tema abordado pelo curso foi a segurança alimentar – além de apresentar este conceito aos ASA, foi feita uma discussão sobre a qualidade e diversidade da produção agrícola Wajãpi e de sua alimentação, para avaliar a segurança alimentar nas diversas regiões dentro da Terra Indígena. Além disso, foi feita uma avaliação do desenvolvimento dos experimentos de aceleração do crescimento de capoeiras, realizado pelos ASA desde 2017, e a discussão de iniciativas de produção e comercialização de outros povos indígenas no Brasil.

Na segunda semana de janeiro foi ministrada a quarta e última etapa da disciplina “Instrumentos de gestão e monitoramento”, ministrada pelo geógrafo Bruno Reis. A disciplina começou com uma breve revisão sobre a importância de se fazer o monitoramento da Terra Indígena Wajãpi (TIW), retomando os aspectos que deveriam ser monitorados no período entre módulos (entre agosto e dezembro de 2018). Em seguida, os ASA apresentaram os registros feitos, segundo a proposta de monitoramento elaborada na etapa anterior da disciplina, com destaque para os registros feitos pelos ASA que foram para o limite sul da TIW (aldeia Mukuru), de difícil acesso. Foi feita uma avaliação do exercício de monitoramento e acordo para a continuidade deste trabalho este ano. Durante a disciplina, foram trabalhadas noções de cartografia a partir do viés da Nova Cartografia Social da Amazônia e da análise do Mapa da Vida construído pelo povo Munduruku. A disciplina foi concluída com a elaboração de mapas temáticos das regiões em que os ASA vivem e com avaliações escritas sobre os conteúdos apresentados e discutidos durante a disciplina.

 

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