Texto: Decio Yokota I Maria Silveira
A primeira oficina de construção de prensa artesanal para extração de óleo de andiroba e pracaxi aconteceu entre os dias 08 e 10 de agosto, na região do alto rio Araguari. Com o objetivo de melhorar a qualidade do óleo e a agilidade da produção, o projeto “Fortalecimento e diversificação da cadeia de produtos florestais não madeireiros como estratégia de geração de renda sustentável na Floresta Nacional do Amapá e seu entorno” pretende desenvolver com a comunidade tecnologias para o processo da extração.
A atividade foi desenvolvida pelo Instituto Iepé em parceria com a Embrapa Amapá, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/AP) e Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), com apoio da Associação de Mulheres Extrativistas Sementes do Araguari. A oficina é parte de projeto financiado pelo Fundo Amapá através do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
Durante a capacitação, as extrativistas aprenderam na prática como montar a prensa, que foi desenvolvida pela Embrapa Amapá e inicialmente testada com as mulheres extrativistas da comunidade Limão do Curuá, no Arquipélago do Bailique. Elas também aprenderam técnicas para trituração das sementes coletadas e boas práticas para armazenamento e manipulação das sementes, assim evitando a contaminação por fungos e outros microorganismos que prejudicam a qualidade do óleo e aumentam seu teor de acidez.
O óleo das sementes de andiroba e pracaxi já era extraído de forma tradicional pelas extrativistas do Araguari. Eles são a base de alguns dos sabonetes e unguentos desenvolvidos e comercializados através da associação.
A convite da Embrapa, as extrativistas da Sementes do Araguari, Arlete Leal e Doraci Nascimento, estiveram em 2021 no Limão do Curuá para acompanhar uma extração de óleo de Pracaxi durante a inauguração da primeira versão da prensa hidráulica
Nas próximas etapas do projeto, serão desenvolvidas outras tecnologias de produção para garantir uma boa qualidade física, química e microbiológica dos óleos produzidos pela comunidade.
As sementes coletadas e o óleo extraído durante a oficina serão analisados no laboratório da Embrapa Amapá para atestar a qualidade dos processos. E, em breve, a associação receberá o resultado da adoção dessas novas práticas.