No começo dos tempos, as aves, as caças, os peixes eram todos como a gente. Até hoje, vivem como a gente, mas só pajé consegue ver. Nós Wajãpi aprendemos as festas com essas Gentes, quando eles dançaram no começo dos tempos de transformação. Os que dançaram naquele tempo continuam sendo donos dessas festas. Nós somos responsáveis por continuar transmitindo esses conhecimentos. Em novembro de 2013, visitamos os lugares onde existem marcas da grande festa primordial, ao longo do rio Oiapoque, fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. Vamos contar como são esses lugares, que nós já conhecíamos pelas narrativas dos conhecedores. Nós percebemos que os Wajãpi da Guiana contam essas histórias de um jeito um pouco diferente dos Wajãpi do Amapari.