No dia 19 de setembro, o Governador do Estado do Amapá, Camilo Capiberibe, visitou a Terra Indígena Wajãpi para participar da inauguração da Escola Indígena Estadual Aramirã, que passou por uma recente reforma, e fazer uma reunião com a comunidade Wajãpi. Integraram a delegação do Governador, seu chefe de Gabinete, Kelson Vaz, o Secretário de Educação do Estado, José Maria Amaral Lobato, o Secretário Extraordinário dos Povos Indígenas do Amapá, Coaraci Gabriel, e o Chefe do Núcleo de Educação Indígena do Secretaria de Educação, Aldiere Palikur. Também compareceram à cerimônia Socorro Pelaes (Prefeita do Município de Pedra Branca do Amapari), Raquel Capiberibe (Secretária de Educação do Município de Pedra Branca do Amapari), Frederico de Miranda Oliveira (Coordenador Regional da Funai do Amapá), e Simone Ribeiro (Iepé).
Cerca de 100 Wajãpi, de diferentes aldeias estiveram presentes, além de representantes de moradores do Assentamento Perimetral Norte II, vizinhos da terra indígena.
Cerimônia de inauguração – A cerimônia começou com uma apresentação de dança dos Wajãpi, ao mesmo tempo em que era oferecido aos presentes, uma cuia de caxiri. Em seguida, houve o pronunciamento das autoridades e dos caciques Wajãpi, Kumare e Tzako, do professor Viseni Wajãpi, e dos presidentes das associações Wajãpi: Jawaruwa, do Apina e Patiheu, da Apiwata.
Em seu discurso, o Governador Camilo Capiberibe enfatizou que, mesmo com as atuais dificuldades financeiras que o Estado do Amapá vem enfrentando, na sua gestão a saúde e a educação estão sendo priorizadas. Citou a educação Wajãpi como exemplo de educação indígena diferenciada de qualidade, ressaltando que diferenciado não é sinônimo de inferioridade, mas um direito constitucional dos povos indígenas e citou o Iepé como um grande parceiro que deve trabalhar junto com o Governo do Estado.
Após a solenidade de inauguração da escola, os Wajãpi convidaram o governador e demais autoridades para uma reunião em uma das salas de aula.
Para o Governador, as reivindicações ficaram em torno de maior apoio para a educação Wajãpi, como transporte para os estudantes Wajãpi da região da estrada dentro da terra indígena, aquisição de equipamentos tecnológicos e instalação de internet nas escolas, construção de escolas pequenas nas aldeias dos limites da terra indígena, retomada do convênio com o Iepé para a formação dos professores Wajãpi e reconhecimento dos cursos de formação que o Iepé vem realizando com os agentes de saúde e pesquisadores.
Para a prefeita Socorro Pelaes, os Wajãpi reivindicaram apoio para a retirada do lixo que está se acumulando na beira da estrada e nos ramais, dentro da terra indígena.
Para todas as autoridades presentes, os Wajãpi denunciaram as invasões recentes de garimpeiros, caçadores e exploradores de diversos recursos, e pediram apoio para a criação de uma faixa de gestão compartilhada entre a terra indígena e o assentamento, onde se possa desenvolver algum tipo de atividade de manejo e recuperação de área degradada, a fim de evitar conflitos futuros entre Wajãpi e assentados.
No final da reunião, houve um almoço coletivo de confraternização.