Arte Visual dos Povos Tiriyó e Kaxuyana

padrões de uma estética ameríndia

por Denise Fajardo Grupioni – 2009

No último dia 29 de março, o Iepé lançou, em Macapá, o livro “Arte visual dos povos tiriyó e kaxuyana – padrões de uma estética ameríndia”, de Denise Fajardo Grupioni, antropóloga.

O livro sistematiza o resultado de várias oficinas culturais, conduzidas pelo Iepé, entre 2005 e 2009, junto às comunidades Tiriyó e Kaxuyana que vivem em diferentes aldeias, na faixa oeste da TI Parque do Tumucumaque, norte do Pará. Nestas oficinas, homens e mulheres, de diferentes idades, se envolveram com a proposta de registrar saberes e práticas de seu patrimônio cultural, em discutir como organizá-los e como continuar transmitindo para as novas gerações. Os repertórios de grafismos, as histórias de suas origens, as tintas usadas na aplicação destes grafismos à pintura corporal, as diferenças entre imenu e ikuhtu – grafismo e desenho figurativo; os significados dessa arte visual e a questão do cadeia de transmissão dos saberes orais ligados a esses assuntos foram trabalhados, discutidos, registrados e deram origem ao presente livro. Este organiza-se em duas partes. Na primeira, apresenta-se o modo como os Tiriyó e Kaxuyana concebem-se a si mesmos e como eles se relacionam com os outros. Na segunda parte do livro, apresenta-se uma abordagem da arte visual desses povos, a partir de narrativas de sua tradição oral e uma amostragem de sua arte gráfica e figurativa.

De acordo com Denise Fajardo Grupioni, este livro visa “contribuir para que esse patrimônio não se torne meramente ´coisa do passado´, mas que continue vivo e em constante reconstrução por seus detentores” e foi pensado como uma homenagem “aos homens e mulheres, adultos e jovens que, rodeados de suas crianças, ora felizes pelo que sabem, ora angustiados pelo que já esqueceram, se empenharam em registras, discutir e manter viva sua arte gráfica”.

As oficinas que deram origem ao livro tiveram apoio da Petrobras Cultural, da Funai, do Iphan e da Embaixada da Noruega. O livro está sendo distribuído para bibliotecas, organizações indígenas e indigenistas, centros de pesquisa e órgãos públicos.  Uma parte importante da tiragem foi reservada aos próprios Tiriyó e Kaxuyana.