Texto: Alessandra Lameira | 20/12/2021
A partir de agora, onças e outros mamíferos de médio e grande porte que vivem no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque estão sendo monitorados para que especialistas possam gerar informações qualificadas de apoio à gestão da unidade de conservação.
A equipe de monitoramento é formada por especialistas da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Eles contam com o apoio de comunitários do centro-oeste do Amapá procedentes da comunidade Sete Ilhas, de Pedra Branca do Amapari, colônia de Água Branca, em Serra do Navio, e do município de Porto Grande.
A ação é coordenada pelo ICMBio em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP), por meio do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio.
Foram instaladas 62 armadilhas fotográficas utilizando a metodologia do Protocolo TEAM (Tropical Ecology Assessment & Monitoring Network), uma iniciativa de monitoramento de longo prazo de mamíferos terrestres utilizada em várias regiões florestais do mundo, como Ásia, África, América do Norte e Europa.
No Brasil esse protocolo, já realizado em diversos lugares na Amazônia, permite identificar todas as espécies de mamíferos de médio e grande porte, com exceção dos primatas, devido à dificuldade da visualização por meio das câmeras.
“Com esse conjunto de dados podemos fazer uma comparação das dinâmicas populacionais de mamíferos não só no Brasil, como também em escala global das diversas áreas protegidas. Essa ação faz parte do controle de impacto das mudanças climáticas”, afirmou Fernanda Colares, analista ambiental do ICMbio.
Também foram instaladas 10 armadilhas utilizando o Protocolo Onças, que foram instaladas nas trilhas do monitoramento terrestre. Este segundo protocolo considera a colocação de câmeras uma a frente da outra para captura das pintas laterais das onças que costumeiramente preferem caminhar sobre as trilhas, possibilitando assim a identificação dos indivíduos existentes naquela região do Parque.
A retirada das armadilhas está prevista para a primeira quinzena de janeiro de 2022. Com o monitoramento será possível criar estratégias que podem ajudar a reduzir as ameaças aos ecossistemas.
O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT) faz parte do Mosaico da Amazônia Oriental. Saiba mais aqui sobre a região do Mosaico.
Foto topo: Equipe de especialistas durante trabalho para instalação das câmeras. (Foto: Laís Fernandes e Girlan Dias)