POVO PALIKUR

Os Palikur são um povo do tronco linguístico Aruaque. Há registros muito antigos sobre essa população, que em 1513 aparece mencionada nos relatos do navegador espanhol Vicente Yanez Pinzon sob o nome Parikura. Ao longo dos séculos seguintes, aparece em outros escritos históricos e etnológicos, sendo referida diversamente por nomes como Pariucur, Paricurene, Paricour, Pariucour, Palicours.

Entre os estudiosos, há controvérsias sobre qual seria a sua verdadeira autodesignação, e uma divisão entre os que afirmam que esta coincide com o nome Palikur, por meio do qual se tornaram conhecidos, e aqueles que afirmam que Palikur corresponderia apenas ao nome pelo qual o grupo se tornou conhecido pelos grupos vizinhos e pelos não-índios com quem entraram em contato. Neste caso, há quem afirme ser Aukwa-yene o nome pelo qual se autoidentificam, ou Pa’ikwene, ou Parikwene, sua autodenominação.

Este grupo conseguiu se manter relativamente afastado das “correrias” dos portugueses, escondido nas savanas. Ao longo do século XIX, são encontrados, principalmente, na região dos rios Curipi e Urukauá. Considerados “amigos dos franceses”, migram em massa para a Guiana Francesa assim que o Laudo Suíço de 1900 coloca fim ao Contestado Franco-Brasileiro em favor do Brasil.

Nas décadas seguintes, porém, boa parte retorna à região e se fixa ao longo do rio Urukauá, mantendo laços com os parentes que permaneceram na Guiana Francesa.

Os Palikur estão situados em ambos os lados da fronteira entre Brasil e Guiana Francesa. No lado brasileiro, distribuem-se em 10 aldeias localizadas ao longo do rio Urukauá, afluente direito do rio Uaçá. No lado francês, vivem dentro do perímetro urbano de Caiena e Saint Georges de L’Oyapock, em bairros construídos pelo governo francês, especialmente para abrigá-los, e em aldeias localizadas na margem esquerda do rio Oiapoque.