Teve início no dia 22 de abril de 2015, a oficina “Cultura, Oralidade e Educação Escolar Indígena entre os Tiriyó e Katxuyana do Parque do Tumucumaque”, que está sendo realizada pelo Iepé, em parceria com a Apitikatxi, e com apoio do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação (FNDE/MEC). Essa oficina faz parte do projeto “Língua, Cultura e Oralidade na Formação dos Professores Tiriyó e Katxuyana”, que foi aprovado pelo edital de Projetos Inovadores do Ministério da Educação. São 35 participantes dentre os quais professores indígenas, caciques e lideranças das aldeias da faixa oeste da TI Parque do Tumucumaque, jovens indígenas que encontram-se estudando na cidade de Macapá, dois pedadogos indígenas também do Tumucumaque, recém contratados pelo Núcleo de Educação Indígena da Secretaria de Estado da Educação do Amapá (NEI/SEED). Também estão participando professores não indígenas que fazem parte do quadro desta Secretaria e que atuam como professores nas escolas indígenas do Parque.
O objetivo dessa oficina é discutir a situação delicada por que vem passando a língua, cultura e formas de expressão oral dos povos Tarëno (Tiriyó e Katxuyana) e o papel desempenhado pelas escolas indígenas frente a essa situação. Que caminhos vêm sendo trilhados pelos professores e estudantes indígenas, e para onde esses caminhos estarão levando sua cultura, auto-estima como povos indígenas e suas formas de expressão próprias? Tomando como ponto de partida o documentário “Escolarizando o mundo”, que questiona o pressuposto de superioridade da educação escolar sobre outras formas de educação existentes em povos de tradições culturais diferentes da ocidental, os participantes estão discutindo nessa oficina de que forma vêm sentindo uma série de transformações na sua língua, cultura e formas tradicionais de transmissão de saberes se instalarem em suas vidas. O que representam essas transformações e o que pode ser feito para evitarem que aquelas mudanças detectadas como preocupantes possam ser revertidas e retomado o caminho da valorização das línguas e culturas locais e identidades próprias.
Até o dia 29 de abril será elaborado um plano de ação conjunta a ser acordado entre os participantes e instituições que se fizeram presentes, voltado para iniciativas que visem abrir canais de diálogo sobre a importância de se integrar esforços em torno do principal desafio destacado pelos professores indígenas e lideranças presentes: ‘como podemos aprender a língua e os conhecimentos dos não-índios para usá-los quando necessário, sem deixar de continuar valorizando a nossa língua, nossa cultura, nosso jeito de viver e de repassar nossos conhecimentos’.