Texto: Thaís Herrero | 1 de março de 2021
Muitos estudos têm apontado que os peixes da Amazônia estão contaminados por mercúrio, trazendo riscos à saúde da população. Mas afinal de onde vem esse mercúrio? E qual a saída para se alimentar de forma segura? São essas dúvidas que o vídeo “Nossos peixes têm mercúrio?” vem explicar.
A história mostra José, um menino de uma comunidade de pescadores que está preocupado querendo saber se comer peixe faz mal. Então, um médico explica para ele que não faz mal, mas é preciso fazer as escolhas certas e evitar peixes que possam estar contaminados.
O mercúrio é um metal líquido que chega no fundo do rio principalmente pelo seu uso no garimpo. Peixes mais velhos e carnívoros são os que mais acumulam mercúrio no corpo ao longo de sua vida e, por isso, devem ser evitados. Entre os peixes mais contaminados por mercúrio estão o pirarucu, a piranha, o tucunaré, o trairão e o mandubé.
Uma pesquisa publicada em agosto de 2020 revelou que as espécies mais consumidas no estado do Amapá são também as mais contaminadas por mercúrio. As análises apresentaram peixes com mercúrio em níveis de contaminação maior do que o limite aconselhado pela Organização Mundial da Saúde para consumo humano.
Uma vez que os pescados são a base da alimentação de famílias que vivem na Amazônia, como a de José, o vídeo traz a mensagem de que é possível comer de forma segura desde que controlemos a quantidade e escolhamos peixes menores e herbívoros. Alguns dos peixes mais seguros de serem consumidos são: arraia, aracu, pacu, acari, sarda, branquinha, tainha e pirapitinga.
Riscos para a saúde
A contaminação por mercúrio é mais grave para mulheres grávidas, que podem ter dificuldades na gestação, sendo que o bebê também pode nascer com problemas. Em crianças os riscos também são grandes. Elas podem apresentar dificuldade para falar, aprender e de se lembrar de coisas.
Adultos em geral, quando estão com altos níveis de mercúrio no corpo, sofrem de dores de cabeça, tremores, visão reduzida, podem desenvolver problemas de coração e se sentem mais cansados. Eles também não conseguem dormir bem e têm a memória prejudicada.
A animação foi produzida pela Frankfurt Zoological Society do Peru e traduzida e adaptada pelo Instituto Iepé e pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP-Fiocruz). Um de seus objetivos é ajudar as pessoas escolherem sua alimentação de forma consciente e segura, e informar sobre os riscos que o mercúrio traz à saúde. Na dúvida, como diz José, é sempre bom procurar um profissional de saúde.